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Foto do escritorLarissa Morangoni

Poema do meu pai sobre o tempo.


Exatidão


O tempo passa

Às vezes voa

E tudo muda.

Então não pare

Ou você fica

Mas não dispare

Não tenha pressa

Ou passas dessa

Que já é tão breve

Se o freio falha

Você atalha

E acaba assim

Chegando ao fim

Mas não ao destino

Seja sensato e

Como bom menino

Faça tudo exato.

Não corra tanto

Nem fique no canto

Não perca a hora

Mas espere a tua vez

E sem desanimar

Tente outra vez.

Se você falhar

Não perca a confiança

Creia na esperança

Sem se acomodar

Não fique a esperar

Sem em busca ir

E só seja criança quando sorrir.

Não deixe o pensamento

Derivar como o vento

Desperta do teu sono

Liberta-te do comodismo

Acredite nos teus sonhos

Faça-os realismo.

Pois o tempo não espera

Você não o recupera

Tempo???

É a vida que empresta

E você nunca sabe

Quanto lhe resta.

Não cultive o egoísmo

Tenha um ideal

Mas não tenha fanatismo

Se conheceres o mal

Não fique triste, pois ele existe.

Clóvis M. Morangoni, 1979

 

Meu pai encontrou esse poema dele ontem em seus guardados. Ele acredita que o escreveu quando ainda estava na Faculdade de Medicina. Minha mãe deu a ideia de postar aqui, porque ela achou coerente com minha vertente profissional. Concordo!


Cada vez que ouço uma nova história dos meus pais, ou outros familiares próximos, sou surpreendida pelo paralelo próximo com as minhas. Meu pai é ginecologista e obstetra, ama o seu trabalho. É um clínico atencioso e paciente e um cirurgião exato. É muito querido e respeitado pelos seus colegas e pacientes, mas por pouco não se tornou psiquiatra. Essa história eu só ouvi quando eu já fazia residência de psiquiatria!


O poema, que já existe há um bom tempo, foi achado a tempo para abrir o tema que desejo aprofundar a seguir: o tempo!


Parece que ele já ressoava em mim, conduzindo meu caminho, minhas escolhas, minhas criações.


Nem sempre tive clareza de que seria médica ou psiquiatra, mas desde muito nova sabia que gostava muito de histórias. Achei que seria historiadora -egiptóloga- e de fato entendo que me tornei mesmo, só errei o assunto -ouço e conto histórias reais de pessoas atuais. Com o máximo de exatidão!


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